Brasília (DF) – Em pronunciamento veemente na Câmara dos Deputados nesta terça-feira (11), o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL na Casa, fez duras críticas ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o parlamentar, o governo federal vem promovendo uma escalada na carga tributária e, por isso, chamou o ministro de “incompetente” e “analógico”.
A declaração ocorreu após a visita de Haddad ao Congresso, quando, segundo Sóstenes, o ministro teria questionado a veracidade de um vídeo publicado pelo deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), que alcançou 300 mil visualizações. “O ministro é analógico, não sabe nem que ‘views’ significa visualizações. Um Ministro da Fazenda deveria saber disso”, ironizou o deputado, em tom crítico.
Sóstenes também rebateu uma suposta afirmação de Haddad de que não existiriam 300 milhões de falantes da língua portuguesa no mundo. “É só somar Brasil, Angola, Moçambique, Timor-Leste e Portugal. O ministro não sabe fazer uma simples soma”, afirmou.
Durante o discurso, o deputado levou ao plenário cartazes com os 24 aumentos ou criações de tributos que, segundo ele, foram implementados ou propostos pelo atual governo. A apresentação visual chamou a atenção dos colegas parlamentares e reforçou a crítica ao que Sóstenes chamou de “política fiscal opressiva”.
“Tudo isso é imposto para o brasileiro pagar. O responsável é o desgoverno do ‘descondenado’ Lula e do ministro ‘Taxad’”, disse, utilizando um termo irônico em referência ao apelido que deu ao ministro da Fazenda.
Na lista exibida pelo parlamentar, estão medidas como: a volta de impostos sobre combustíveis, a taxação de apostas eletrônicas, a cobrança sobre compras internacionais de pequeno valor, a tributação de fundos exclusivos e offshores, além da criação do Imposto sobre Valor Agregado (IVA), previsto na reforma tributária.
Sóstenes parabenizou os líderes dos partidos de oposição, especialmente do União Brasil, Progressistas e PL, por declararem posição contrária ao aumento de tributos. Ele também cobrou publicamente que outras legendas, como PSD e Republicanos, adotem a mesma postura.
“O Brasil não aguenta mais pagar impostos. Nem o pobre, nem a classe média, nem os mais ricos. Todos estão sobrecarregados”, afirmou. O deputado finalizou sua fala conclamando o plenário a se unir contra novas tributações e, acompanhado por correligionários, entoou: “Deus nos livre do ‘Taxad’!”