O deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) protocolou um Requerimento de Informação (RIC nº 3005/2025) direcionado ao ministro da Casa Civil, solicitando esclarecimentos sobre os gastos públicos com a compra de galões e garrafas de água mineral para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em novembro deste ano, em Belém (PA).
O pedido de informação tem como base uma denúncia veiculada pela Revista Oeste, que aponta um possível superfaturamento na aquisição de água para o evento. De acordo com a reportagem, o governo teria autorizado a compra de galões de água com preços até 611% mais altos do que os praticados em outras aquisições do setor público, o que pode gerar um prejuízo estimado em R$ 896 mil aos cofres públicos.
Segundo os dados apresentados, o contrato prevê o fornecimento de 51 mil galões de 20 litros para abastecer o evento durante suas duas semanas de duração. Os valores pagos por unidade chegaram a R$ 30,22 na Zona Verde e R$ 18,27 na Zona Azul, bem acima dos R$ 4,25 pagos, por exemplo, pelo Senado Federal em contrato recente.
Diante desses fatos, o deputado Sóstenes Cavalcante apresentou os seguintes questionamentos formais à Casa Civil:
O parlamentar destaca que o objetivo do requerimento é assegurar transparência na gestão dos recursos públicos, especialmente em eventos de grande porte financiados com dinheiro do contribuinte.
“Nosso dever é fiscalizar e garantir que os princípios da administração pública, como eficiência, transparência e responsabilidade, sejam rigorosamente observados. Não podemos aceitar que recursos públicos sejam mal utilizados, principalmente diante de indícios tão graves de sobrepreço como os que vieram a público”, declarou Sóstenes.
A organização da COP30 está sob responsabilidade da Organização dos Estados Ibero-Americanos para a Educação, Ciência e Cultura (OIE), que firmou convênio com o governo brasileiro no valor de R$ 480 milhões, sem processo licitatório, recebendo 5% desse montante como taxa de administração, conforme informado na reportagem.
O deputado aguarda que a Casa Civil responda aos questionamentos dentro dos prazos legais estabelecidos pela Constituição e pelo Regimento Interno da Câmara dos Deputados.